terça-feira, setembro 28, 2010

OS MÉTODOS CIENTÍFICOS

Em Ciência, temos três caminhos principais a serem trilhados, que são os Métodos aceitos como Científicos. São eles o Indutivo, o Dedutivo e o Hipotético-Dedutivo. O ápice desses caminhos é a chamada Teoria Científica. Assim, enquanto um leigo confunde Teoria com Hipótese, considerando-a algo fraco, um mero palpite, no Conhecimento Científico a Teoria é o ponto máximo.
No Ocidente, foi Aristóteles (384-322 a.C.) quem lançou as bases para a Metodologia Científica, fazendo uso pela primeira vez do empirismo (ver meu texto Ciência e Trabalho Científico). Os chineses já haviam feito algo similar mais de 4 mil anos antes, com o I-Ching – que rivaliza com os Vedas o posto de escritos mais antigos da história. Muito mais que um oráculo (este é apenas um dos seus vários aspectos), O Livro das Mutações, como é conhecido, constitui a base de todo o pensamento chinês. Mas foi só na Renascença, mais precisamente no século XVI, com a tradução para o latim dos livros do cientista árabe Ibn al-Haitham (965-1039 d.C.) que os ocidentais começaram a elaborar o seu Método Científico. Os povos árabes já faziam Ciência quando os europeus ainda discutiam metafísica.
Basicamente, todos os três Métodos partem de uma primeira questão subjetiva. Um esquema, para a localização da posição terminal da Teoria pode ser este aqui:

01... Surpresa - Perplexidade
02... Curiosidade
03... Questionamento
04... Referências anteriores
05... Análise

Caminho 1 - Indução:
06... Hipótese
07... Experiência
08... Fatos
09... Dados
10... Qualificação
11... Quantificação
12... Contemplação
13... Informações
14... Síntese
15... Percepção de Leis
16... Teses
17... Testes
18... Integração das Leis à Estrutura e Sistema do Conhecimento Científico
19... Teoria
O Método Indutivo vem caindo em desuso, entre outros motivos, pela sua menor validade empírica em comparação com os outros dois. Acredita-se que seu precursor foi o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626 d.C.), que ampliou a visão aristotélica da natureza.

Caminho 2 - Dedução:
06... Percepção de Leis
07... Hipótese
08... Experiência
09... Fatos
10... Dados
11... Qualificação
13... Quantificação
13... Contemplação
14... Informações
15... Síntese
16... Teses
17... Testes
18... Integração das Leis à Estrutura e Sistema do Conhecimento Científico
19... Teoria
O astrônomo, físico e matemático italiano Galileu Galilei (1564-1642 d.C.) já criticava duramente o aristotelismo e principiou uma análise mais “objetiva” e menos “imaginativa” do universo, utilizando a matemática como principal ferramenta em seus experimentos. Mais foi com o francês René Descartes (1596-1650), famoso filósofo e matemático, que a Dedução realmente tomou forma, abandonando (pelo menos em aparência) as idéias de Aristóteles. Descartes tinha a pretensão de que seu novo método guiasse os princípios de toda pesquisa científica a partir de então.

O Caminho 3, da Hipotético - Dedução; segue basicamente os mesmos passos da Dedução. As diferenças principais é que se deve, juntamente com a Teoria, elevar os critérios de sua corroboração, além de ser amarrada a sua falseabilidade, isto é, aqueles eventos que, se ocorrerem, entrarão em contradição com essa Teoria e a derrubarão. Os princípios da falseabilidade foram estabelecidos pelo filósofo austríaco naturalizado britânico Karl Popper (1902-1994 d.C.), delimitando pela primeira vez de forma precisa a atividade científica. Através desse caminho, a questão da Verdade sucumbe, passando nós a dispor de Teorias que são funcionais mas que, em certo instante, se esgotarão.

Assim, não há O Método Científico, mas há os Métodos Científicos. Algumas áreas da Ciência só permitem a utilização de um destes Métodos (a matemática e a lógica, por exemplo, só permitem o uso do Método Dedutivo), enquanto outras permitem mais de uma possibilidade. Nestes casos, há cientistas que preferem um ou outro dos Métodos. Dificilmente um cientista que trabalha com um Método se sente confortável trabalhando com o outro.

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